20 de jul. de 2014

poema para a palestina

mulheres e crianças
e homens e mulheres e crianças
correndo com seus passaportes inviáveis

crianças e homens
e mulheres
atendendo telefonemas letais:
vocês, seu filhos, as próximas
gerações

de homens e mulheres e crianças
estéreis,
bichos sob a cerca encerrada não há
mais lugar nesse mundo
para homens e mulheres
e seus filhos
e seus parentes distantes
não há mais lugar
para cumprir destinos:

há que se cumprir a velocidade da veia
rasgada
derramar o suor
alimentar a terra aos berros

há que saber tocar teu pulso cerrado
contra diagnósticos e bombas
dizendo
não digo vida
digo liberdade não há
arma para desfazer pulsos

mulheres e crianças
e homens
abraçando a terra
dizendo teu nome:

teu sangue a germinar desertos
flor que berra pra nascer
e arde