3 de out. de 2007

noite cega
fecho os olhos

(marchar os sentidos
por aí)

vôo
e arrasto

que sou
o instinto
a pé

19 de set. de 2007

....eu te teclo
..................porque ansio
...................................te tocar

3 de set. de 2007

eu quero reprise
daquele sorriso

e vê-lo
sem tino
sem tento
sem pressa

eu rogo saudoso
(e disfarço
sem jeito)

eu pago.

ela, barata,
deleita
em meu ato
desgraça
minha rima

e
só ri
pra mim

20 de ago. de 2007

saí pra esquecer. te vi. sequer havia bebido e te vi. olhei para os lados, segui a conversa, e agora era tu quem me olhavas, fixo. como se me intimasse, me intimidei, te odiei e odiei a mim mesma e ao desejo que me traía. ridícula. só me havia sentir o ridículo. eu era ridícula, tu eras, éramos os dois naquela dança sem graça e sem fim, aquele alento, a tua cara. levantei. como se não tivesse visto o garçom em minha direção fui ao fundo, quem sabe ver se serviam instintos, que os meus há muito tinham ido. tu rias. e te vi bobo, e me vi tola, e te esqueci.

naquela noite sonhei contigo.

16 de ago. de 2007

pessoa

tenho tido tropeços
tenho olhado pros lados
sentido
bebido
blefado

tenho visto apontarem
tenho visto medirem
tenho visto provarem
tenho asfixia

quero o ar do mundo
quero os metros de corpo
os tipos de rosto
as caras cansadas
as rugas
os erros

quero a infâmia
quero o afogue
quero ser vil.

também estou farta de semideuses.

13 de jul. de 2007

vinho lareira a revolução dos bichos los hermanos bem alto velhas fotos meus filmes filmes filmes palavras palavra mais vinho mais água um calor nesse frio eu sozinha - tão bom ficar só - silêncio los hermanos - mais alto - calor vinho mais vinho  enquanto toca o vencedor (nao faz isso amigo já se sabe que você só procura abrigo mas nao deixa ninguém ver) (eu já nao sou assim muito de ganhar) a taça esqueci a taça e um manjar hum e a sua mãe também e um vinhozinho a mais que sou feliz e nem sei se sei

9 de jun. de 2007

conversávamos sobre loucura. e cada um concluía, um pouco mais, que loucos somos todos. mas conversávamos sobre as loucuras dos outros, a cabeça dos outros, nos outros, os outros. o primeiro tempo foi fácil enquanto não mexíamos com os nossos devaneios, Meus detalhes são normais, os outros, loucos. a loucura acaba fácil esconder quando está nas nossas caras - é um entedimento tácito, um subentendimento, é aquilo que sabemos, mas é claro que não vamos falar. falamos. e o segundo tempo começava intempestivo, as palavras saindo como um tapa e um alívio, mas saíam bem e fluíam - e naquele momento discutíamos nossas próprias convicções. êxtase. as palavras para quem devia ouvi-las - os que já as sabiam - e ainda assim para os quais era difícil dissertar. a nós mesmos e às nossas loucuras. um tempo breve e no seu fim um Quem não usa de seus devaneios?, Quem os têm por amor?, e Quem não os têm, somente?, bom o momento em que - um silêncio - a consciência fez com que os absurdos alheios nos apontassem os dedos na cara e perguntassem como vamos, como quem manda revisar seus desvarios, os seus desvios. e nós vamos bem, devaneando um pouco e sempre, e com isso mais reais, mais reais ainda. como nós, como os outros, como os certos, quando o homem sentado a minha frente diz que os certos são aqueles que sabem bem administrar suas loucuras.

1 de abr. de 2007

coisa absurda de distância
que mais me dá desejos:
essa falha no tempo
essa falta de beijos

tua temperatuda cessa
o meu déficit de calor
minhas memórias distraem
qualquer tipo de pudor

querer ficar bem longe
quanto mais, mais quero
- a ti.

indescritível
incansável
inexplicável
- serve apenas pra sentir

(são muitos meus eus-líricos)

7 de mar. de 2007

aniversario com chuva. e entro sorrindo - um pouco é do vinho, meia garrafa de sorrisos pedindo mais água. hoje a pisciana inerte aqui floresceu pra mostrar a mim mesma - que tanto tentei escondê-la - de que sou feita, quem somos. me deixou à flor da pele e assim fiquei, cheia de amor. amando os meus gostos, os meus planos, as minhas causas, as minhas pessoas, as nossas, a chuva. pego mais uma taça pra aumentar o amor. hoje eu quero lavar a alma.

5 de fev. de 2007

ando sem sal
eu perco o gosto
eu perco o cheiro
eu mudo o rosto
eu fico assim
d e s t e m p e r a d a

3 de fev. de 2007

primeira tentativa

quero a auto-terapia de escrever, secar meus males, filtrar meus graus. só tenho sólidas palavras sem gás, mas meus eus-líricos já estão fartos de dormir. tenho várias palavras sem rumo e sem sentido. mas ainda tenho os meus sentidos.