28 de mai. de 2008

incontida,
soletraria qualquer coisa
sobre tuas frases
roucas,
tua adivinhação,
tuas últimas fotos.

cálida,
te escreveria inteiro
pra te derivar:

eu,
tua voz,
as teclas.

teimosas.

caladas.

4 de mai. de 2008

disfarçava as prateleiras
que o tempo, rígido,
deixou de um ar
intragável
e varrido
pelos cantos

folheava as traças fartas,
as páginas amassadas,
aqueles trechos úmidos
de um amarelo defeso
e desesperador.


repisava a arte
estúpida
de ludibriar
estantes

de um pó

particular

e irretocável