10 de out. de 2010
se sou tão eu enquanto me vejo agora de olhar perdido, remexendo os cabelos para acordar tua imagem forte (como também eram fortes teus braços em minha volta e como era macio ainda tocá-los feito boba, tão perdida em tuas dobras) e exausta em teu corpo tão teu, que inominado e solto como tu tes fostes e de suor amargo como me amargou tua ida. e sou tão eu que me percebo sacudindo cabelos para abafar tua memória - porque é de mim guardar os teus detalhes, teus traços firmes, o cheiro do meu quarto quando meu quarto era teu e eu ainda era a cama, o ruído, a espera. e sou tão eu que ainda espero mexendo em cabelos e restos enquanto, depois de ti, só me sobrou (mãos, dedos, cabelos, ânsia, quarto) tua falta.
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4 comentários:
belíssimo escrito sobre o silêncio ausente.
Lindo.
até quem não viveu, sentiu na pele.
Olá Camila!
Prazer estar pela primeira vez em seu blog.
Poeta é aquele que escreve com o sentimento, e isso você faz muito bem.
Beijos!
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